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SÁBIOS ILUSTRES - Frederick Gowland Hopkins

Em fins do século XIX era de conhecimento geral que os hidratos de carbono, gorduras, sais minerais e água eram constituintes essenciais de uma dieta equilibrada. Naquele tempo achava-se que tais substâncias eram capazes de proporcionar ao organismo humano tudo o que ele necessitava para conservar-se saudável.


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Hopkins, porém, com suas pesquisas realizadas em Cambridge, demonstrou que algumas substâncias adicionais eram necessárias. Manteve ratos submetidos a dieta artificial. E, transcorrido algum tempo, estes deixaram de desenvolver-se, mostrando sintomas evidentes de doença. Quando, no entanto, o cientista juntou à dieta porções mínimas de alimentos naturais, tais como levedura, leite, etc., os ratos prontamente se recuperaram e continuaram o seu desenvolvimento. Hopkins suspeitou que estes alimentos naturais continham pequenas quantidades de substâncias indispensáveis para uma dieta equilibrada. Chamou-os então de fatores alimentícios acessórios, que são os mesmos que hoje conhecemos com o nome de vitaminas. Como consequência deste descobrimento de Hopkins verificou-se que muitas enfermidades carenciais eram o resultado da falta de certas vitaminas na dieta. À base disto surgiu novo conceito de alimentação. Descobriu-se que o beribéri, o escorbuto, a pelagra, o raquitismo, a cegueira noturna e muitas enfermidades, eram causadas por deficiências vitamínicas. A maioria das vitaminas conhecidas já foram sintetizadas pelo homem no laboratório. Na maior parte do mundo, com frequência, são tomados compostos vitamínicos para complementação da dieta.

Hopkins nasceu em Sussex, Inglaterra, em 1861. Estudou no Hospital de Guy e se doutorou na Universidade de Londres. Em 1898 aceitou uma cátedra na Universidade de Cambridge e, durante sua estada ali, fez inúmeros descobrimentos de grande valor. Suas investigações ajudaram a descobrir os aminoácidos essenciais, e mais tarde isolou e identificou o aminoácido triptófano. Também isolou o glutation, uma substância constituída por três aminoácidos: glicocola, cistina e ácido glutâmico, que parece ser estreitamente ligado à síntese das proteínas nos tecidos.


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Em 1914 foi nomeado professor de bioquímica, cargo criado especialmente para ele. Seus trabalhos sobre as reações químicas que ocorreram nos músculos durante a contração foram de reconhecido mérito. Demonstrou que o ácido láctico se acumula no músculo quando este se contrai em ausência de oxigênio. A excessiva acumulação desta substância, tal como ocorre durante o exercício intenso, dá origem a dores e rigidez nos músculos das extremidades.

Hopkins recebeu o grau de cavalheiro em 1925, e no ano seguinte foi-lhe concedida a cobiçada medalha Copley. Três anos depois compartilhou o Prêmio Nobel de Medicina com Christian Eijkman, o famoso médico dinamarquês.

Eijkman foi o primeiro a produzir experimentalmente enfermidades em animais. Alimentou aves com dieta de arroz descascado e, como consequência, desenvolveu nelas uma enfermidade análoga ao beribéri humano. Em 1935 Hopkins foi nomeado membro da Ordem do Mérito, tendo disso presidente da Royal Society desde 1930 até aquela data. Morreu em maio de 1947, de uma longa e brilhante carreira, durante a qual deu solução a muitos e importantes problemas. Será especialmente lembrado por seus trabalhos sobre as vitaminas, que indiretamente tanto benefício tem prestado aos povos desnutridos do mundo.

 

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