Ludus Schola - em latim - Escola Lúdica, é uma Escola Cooperativa de Ensino (de matriz educativa mística e esotérica ocultista) - regida e mantida pela Espiritualidade Mística e Esotérica de Motosofia (E.M.E.M), sem fins lucrativos - com metodologia nativa, sustentada e declinada nas sete Artes Liberais: Trivium e Quadrivium; que visa produzir conhecimento e trazê-los à tona da verdade, para assim difundir o saber para todas as pessoas que dele necessitam. O objetivo de Ludus Schola é ensinar e transmitir o saber nos moldes da Educação Clássica, fazendo uma mescla entre o tradicional e tecnológico, mas sobretudo, concilia o místico com o espiritual, tendo como viés, ser como uma lanterna suspensa, iluminando a trilha para que o indivíduo, saiba escolher com sabedoria qual caminho pretende seguir.
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GEOGRAFIA - A face do país e a forma da conquista

 

Quando os portugueses chegaram às praias da Bahia e se viram diante da escarpa do Planalto Brasileiro, imaginaram estar numa terra de grandes montanhas. No entanto, mais tarde se verificou que o Brasil é um país de relevo arredondado e de modestas altitudes, constituído por vastos planaltos corroídos e rebaixado pelo trabalho das águas. Nossas maiores serras não passam de escarpas desses planaltos, que no litoral têm encostas abruptas e no interior declinam em plano mais suave.


IMAGEM 01 - A FACE DO PAÍS E A FORMA DA CONQUISTA-A


A linha das costas


Em seus 8.000 km de extensão, o nosso litoral mostrasse maciço como o africano, e sem aquela infinidade de golfos, baías e penínsulas e se veem nos mapas da Europa. A costa nordestina resume-se praticamente numa longa praia muito regular com trechos de costas altas: as barreiras. Já no litoral sudeste encontram-se alguns recortes:  as praias são mais curtas do que as nordestinas e muitas delas se localizam em pequenas enseadas. Em certos pontos, paredões rochosos avançam mar adentro, formando grandes baías. Ainda assim, o relevo costeiro é bem mãos que regular que o da Europa. No Sul, a faixa litorânea retoma seu aspecto mais regular sob a forma de uma planície arenosa que se prolonga até a fronteira com o Uruguai.

  

Litoral: os primeiros núcleos

 

Nos primeiros tempos após a descoberta, Portugal não manifestou grande interesse pelo Brasil. Mas os ingleses, franceses e holandeses aqui iniciaram imediatamente a exploração do pau-brasil, madeira muito procurada na época. Quando a coroa portuguesa viu o rumo que a situação estava tomando, tratou de modifica-las, enviando para o Brasil diversas expedições com a finalidade de tomar posse efetiva da terra e criar núcleos de povoamento. Mais tarde, estabeleceram-se ao longo da costa as sedes das capitanias hereditárias, das quais se originaram as cidades de São Vicente, santo, Salvador, Rio de Janeiro e outras. Dessa forma, em sua fase inicial, a colonização brasileira foi só litorânea.

 

Nordeste: o progresso em açúcar

 

Os colonizadores não careciam de coragem para enfrentar a barreira da serra do Mar que os separava do interior. Porém, o litoral nordestino oferecia condições tão favoráveis ao cultivo da cana de açúcar, que preferiram dedicar-se a essa atividade — mais lucrativa e menos trabalhosa. Favorecida pelo clima quente e úmido, pelo fértil solo “massapé” e pelo relevo plano, a lavoura canavieira rapidamente tomou conta da região, dando origem ao “ciclo do açúcar”. A importação de escravos africanos para o trabalho nos engenhos ajudou o desenvolvimento da economia e influenciou de modo significativo o povoamento daquele trecho da costa.

  

São Paulo: do outro lado da serra

 

No litoral sul, em condições adversas para o desenvolvimento agrícola, os jesuítas, vindos de Portugal para catequizar os índios, e os portugueses orientados por João Ramalho, antigo morador do planalto paulista, empreenderam a escalada da serra do Mar rumo ao interior. Uma vez vencido o obstáculo, tiveram uma surpresa: o relevo do interior era um planalto suavemente ondulado, que de forma alguma impedia o avanço para o oeste.

Aproveitando o terreno favorável que existia entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, os jesuítas ali fundaram o Colégio São Paulo, em torno do qual se formou um povoado.

Sem nenhum recurso econômico de real valor, os habitantes do planalto paulista viviam da criação de gado e da agricultura de subsistência. Para escapar à vida apertada que levavam, criaram uma atividade muito lucrativa: a caça ao índio, que era depois vendido como escravo aos fazendeiros do Nordeste. Mas quando os fazendeiros nordestinos descobriram que importar negros da África era mais proveitoso do que manter os escravos índios —, os paulistas tiveram de mudar de ramo: deixando em paz os índios, dedicaram-se à busca de metais e pedras preciosas. Passaram então a avançar pelo interior adentro, desvendando a terra desconhecida e ampliando assim — sem o saber — as fronteiras do poder português. Embora os bandeirantes não se interessassem particularmente pela colonização, das suas expedições resultaram vários núcleos de povoamento.

O povoado de São Paulo constituía um entroncamento de diversas passagens naturais e por isto foi usado pelos bandeirantes como centro de irradiação. Partindo dali eles seguiram para o norte, cruzando a Serra da Mantiqueira até atingir Minas gerais e Bahia. No sentido sul, graças ao corredor formado entre a serra e o planalto ocidental, conseguiram chegar até o Rio Grande do Sul. Marchando para o oeste ao longo do curso do Tietê, atravessaram todo o estado de São Paulo e alcançaram o Mato Grosso e Goiás.

 

Borborema: o gado e a gente

 

No nordeste, os índios e mamelucos foram obrigados a dedicar-se à criação de gado. Que se distribuiu pela Chapada da Borborema. A região é um planalto bastante regular, cortado por rios temporários, com uma vegetação do tipo “caatinga”. Ladeando a chapada, existem depressões no terreno, as quais formam uma espécie de caminhos naturais. Através deles, a criação de gado se propagou, fixando-se em duas regiões principais: ao sul, no vale médio do Rio São Francisco e ao norte, no interior dos estados do Piauí e Maranhão. Contudo, tanto em uma como na outra área, os núcleos de povoamento originados dessa fase de atividade pecuária foram poucos e esparsos.

 

Amazônia: as drogas do sertão

 

Até o princípio do século XVII, ninguém se aventurava pelo Norte. Mas daí por diante os exploradores começaram a percorrer a Amazônia, em busca dos produtos da flora medicinal da região — as “drogas do sertão”.

A cidade de Belém, então recém fundada, tornou-se o ponto de partida de expedições que se aprofundaram pelo interior. Algumas delas atingiram os contrafortes dos Andes, navegando rio acima pelo Amazonas. Várias missões religiosas se estabeleceram no “Meio Norte”, como eram chamados Maranhão e Pará, e na Amazônia, para promover a colonização.


IMAGEM 02 - A FACE DO PAÍS E A FORMA DA CONQUISTA-B

 


Minas Gerais: ouro

 

Ao terminar o século XVII, os bandeirantes paulistas descobriram ouro na Serra do Espinhaço — o prolongamento norte da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Embora se tratasse de uma região de conquista difícil, com altitudes que ultrapassam 1.500 metros em alguns pontos — para lá afluiu muita gente, em busca da fortuna. Formaram-se cidades que cresceram rapidamente, como Vila Rica, da qual se originou a atual Ouro Preto.

O século XVIII encontrou o planalto já povoado de forma efetiva. O litoral estava conquistado em toda a sua extensão e os núcleos das principais cidades marítimas brasileiras da atualidade achavam-se solidamente estabelecidos. Foram eles que serviram de portas de entrada para as correntes de povoamento que formaram as populações do interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e, depois, do Paraná, Mato Grosso e outros. 


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